segunda-feira, 4 de abril de 2011

Brasil aquece venda de imóveis em Miami

A Miami das compras agora é também a segunda casa de brasileiros endinheirados.
O chapéu do Mickey Mouse perdeu espaço na mala, e os brasileiros agora compram casas, abrem empresas e usam a cidade como plataforma para investir nos EUA o dinheiro ganho no país.
Com a economia brasileira aquecida, o real mais fortalecido ante o dólar e os EUA ainda balançando na sua recuperação, os brasileiros estão indo para o sul da Flórida e deixando parte do seu dinheiro investida por lá.
O principal filão, sem dúvida, é o imobiliário.
Marco Fonseca, representante para o Brasil da NAR (Associação Nacional dos Corretores, na sigla em inglês), calcula que de 55% a 60% dos imóveis em Miami sejam vendidos hoje para estrangeiros, especialmente os brasileiros.
Nas Trump Towers, um dos prédios favoritos dos brasileiros, 6 em cada 10 apartamentos, com preços que vão de US$ 600 mil a US$ 2 milhões (de R$ 970 mil a R$ 3,2 milhões), foram comprados por eles.
"Estou vendendo de balde", afirma a corretora Yara Gouveia, que diz atender três clientes brasileiros por dia nos últimos meses.
O interesse de brasileiros, que passou a ser notado de maneira esporádica em 2009, esquentou no ano passado e realmente ganhou força nos últimos seis meses.
"Aqui a gente deita e rola", diz o empresário Rogério Darbi, ao comparar os preços de Miami aos de Fortaleza.
Segundo corretores, compradores e imobiliárias, o típico comprador brasileiro é de classe média alta, investe em torno de US$ 750 mil (cerca de R$ 1,2 milhão) por um imóvel de 200 m2 e o principal propósito ainda é adquirir um apartamento para passar férias.
Porém, cada vez mais pessoas compram o imóvel apostando na futura valorização, já que os preços caíram pela metade desde o pico, há quatro anos, e estão no menor patamar desde 2003.
O investimento, porém, não é sem risco, mesmo para quem compra à vista. Os imóveis continuam a se desvalorizar e não há garantia de que os preços vão subir.
Além disso, para quem compra financiado, o câmbio é uma incógnita e, após cinco anos, os juros deixam de ser fixos.

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